CDBs chegam a 14,35% ao ano: Selic em 15% e MP 1303 perde força

CDBs chegam a 14,35% ao ano: Selic em 15% e MP 1303 perde força

Na sexta‑feira, 3 de outubro de 2025, XP Investimentos divulgou que os renda fixa estavam oferecendo CDBs com taxa pré‑fixada de até 14,350% ao ano para vencimento em 12 meses. A notícia ganhou ainda mais repercussão porque o Banco Central do Brasil manteve a taxa Selic em 15,00% ao ano na reunião do Copom de setembro de 2025, deixando investidores de olho nas próximas movimentações de política monetária.

Cenário da taxa Selic em setembro de 2025

O Comitê de Política Monetária decidiu, como era esperado, deixar a Selic estável. A decisão confirmou a tendência de "pausa" que vinha se formando desde o início do ano, quando a taxa já estava acima de 14,5%. Analistas do mercado apontam que a estabilidade reflete a confiança do Banco Central nos indicadores de inflação, ainda que a pressão fiscal do governo Luiz Inácio Lula da Silva esteja gerando incerteza.

Na prática, a Selic em 15% eleva o custo do crédito, mas também encoraja a aplicação em produtos de renda fixa que pagam próximo ou acima desse patamar, como os CDBs de 14,35% citados acima. O Dólar ainda está cotado em torno de R$5,30, o que mantém os investidores cautelosos.

Principais produtos de renda fixa e suas tarifas

Além dos CDBs, a XP trouxe números para outros instrumentos:

  • LCAs pré‑fixadas: até 11,890% ao ano (12 meses).
  • LCIs pré‑fixadas: até 12,200% ao ano (12 meses).
  • Títulos atrelados à inflação (IPCA+): variações entre IPCA+6,80% e IPCA+9,60% dependendo do prazo.
  • Pós‑fixados: entre 88% e 101% do CDI, dependendo do emissor.

O Tesouro Direto também registrou leve queda nas taxas nas últimas 24 horas, com o Tesouro Prefixado 2028 oferecendo 13,44% ao ano e requerendo aporte mínimo de R$7,55.

Para quem busca proteção contra a inflação, os papéis IPCA+ 2029 e 2040 estavam rendendo, respectivamente, 7,98% e 7,22% ao ano na última atualização de 9 de outubro.

Impacto da MP 1303 e o debate fiscal

Impacto da MP 1303 e o debate fiscal

A Medida Provisória 1303, criada em junho de 2025 para ampliar a tributação sobre produtos de renda fixa, perdeu validade na quarta‑feira, 8 de outubro, após não ser aprovada no Congresso. A proposta original previa imposto de 5% sobre rendimentos de LCIs, LCAs, CRIs, CRAs, FIIs e debêntures incentivadas. Carlos Zarattini, deputado federal da bancada do PL, apresentou um primeiro parecer que reduzia a alíquota apenas para LCIs e LCAs, agora em 7,5%.

Essa mudança gerou alívio momentâneo para investidores de longo prazo, mas o debate ainda está longe de terminar. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sinalizado a intenção de adotar políticas de tarifa zero no transporte público, o que poderia pressionar ainda mais a arrecadação e colocar novos incentivos na mesa para a tributação de rendimentos.

Perspectivas para o mercado em novembro

A próxima reunião do Copom, agendada para novembro de 2025, será decisiva. Se a inflação continuar dentro da meta, é provável que a Selic permaneça em 15% por mais algum tempo. Caso contrário, o Banco Central pode voltar a subir a taxa, o que, ironicamente, tornaria os produtos de renda fixa menos atrativos em termos reais.

Especialistas do XP Investimentos recomendam atenção ao CRA Eldorado (IPCA+7,86% ao ano, rating AA+) e à debênture Iguá Rio de Janeiro (IPCA+8,28%, rating AAA), que oferecem proteção contra a inflação e boa remuneração em meio à incerteza fiscal.

Contexto internacional e fatores macroeconômicos

Contexto internacional e fatores macroeconômicos

Nos Estados‑Unidos, o Fed tem mantido uma política de cortes graduais nos juros, o que pressiona o real a se desvalorizar. Ao mesmo tempo, o ex‑presidente Donald Trump enviou sinais positivos ao Brasil, destacando oportunidades de investimento, o que gerou um leve fluxo de capital estrangeiro para ativos brasileiros.

Dentro do país, pesquisas eleitorais apontam que a eleição de 2026 pode mudar o cenário fiscal, e o mercado de trabalho continua aquecido, com taxa de desemprego em torno de 8,2%, o que sustenta o consumo interno.

Perguntas Frequentes

Como a manutenção da Selic em 15% afeta o investidor de CDB?

Com a Selic em 15% a remuneração dos CDBs pré‑fixados, que podem chegar a 14,35% ao ano, fica bastante competitiva em relação ao CDI. Isso significa que, para quem busca segurança, os CDBs continuam atraentes, embora o retorno real fique abaixo da taxa Selic.

O que mudou na MP 1303 após o parecer do deputado Zarattini?

Inicialmente a MP previa tributação de 5% sobre diversos ativos de renda fixa. O parecer de Carlos Zarattini reduziu a alíquota para 7,5% apenas sobre LCIs e LCAs, mas a medida acabou não sendo aprovada e perdeu validade em 8 de outubro.

Quais são as opções de investimento mais indicadas para proteger contra a inflação?

Os títulos IPCA+ do Tesouro Direto (como o 2029 e 2040) e os CRAs/CRIs que rendem IPCA+ em torno de 7% a 9% ao ano são as melhores apostas. Também vale observar o CRA Eldorado, que paga IPCA+7,86% e tem rating AA+.

O que esperar da reunião do Copom em novembro?

Se a inflação permanecer dentro da meta, o consenso é que a Selic continue em 15% ou com ajustes muito modestos. Caso os indicadores de preço subam, pode haver novo aumento, o que impactaria toda a curva de juros.

Como a incerteza fiscal do governo Lula pode influenciar os rendimentos?

Políticas como tarifa zero no transporte público exigem fontes de receita adicionais, o que pode levar a novos impostos sobre investimentos. Enquanto o debate não se fechar, os investidores tendem a ficar mais cautelosos e buscar ativos de menor risco.

1 Comentários

  1. Maria Daiane
    Maria Daiane

    Mesmo com a Selic em 15%, os CDBs de 14,35% ainda são atrativos para quem busca segurança.

Escreva um comentário