Quando Dorival Júnior, técnico do Sport Club Corinthians Paulista assumiu o clube em 28 de abril de 2025, o alvinegro já vivia uma crise de resultados que o colocava entre os últimos da tabela do Campeonato Brasileiro 2025. Em apenas quatro partidas sob seu comando – duas vitórias, um empate e uma derrota – o técnico já provocou mudanças de tática que deixaram a torcida dividida, enquanto a defesa continuava a ceder gols em excesso.
Chegada e contexto: o que motivou a troca
O Corinthians, que havia encerrado a temporada anterior com a saída de Ramón Díaz, buscava um retorno à confiança e à identidade de jogo. A escolha de Dorival, antigo auxiliar técnico da Seleção Brasileira, foi anunciada em coletiva pós‑jogo no Neo Química Arena e recebeu apoio imediato da diretoria, que apostou na experiência internacional do treinador para revitalizar o ataque.
Mudanças de tática implantadas
Abandonando o esquema 4‑3‑1‑2 de Díaz, Dorival implementou um 4‑4‑2 que lembrava a formação usada pela Seleção em 2022. Yuri Alberto e Memphis passaram a ser a dupla de ataque, com a liberdade de trocar de lado durante a partida. Em alguns momentos, como na derrota para o Mirassol, Coronado ocupou a vaga de Yuri, mostrando a flexibilidade de Dorival.
Do lado esquerdo, o lateral Matheus foi reposicionado para uma função mais recuada, formando, quando a equipe mantém a posse, um “trio de saída” com os dois zagueiros. Já Breno Bidon, antes considerado um meia central, foi colocado aberto, mas quando recebe a bola recua para atuar como regista, organizando as investidas.
Outra característica marcante é a saída de bola “sustentada”. Conforme análise da Footure no YouTube, Dorival costuma usar blocos de 4+1 ou 4+2, aproximando o segundo volante da defesa para fechar os espaços entre linhas.
Desempenho nas quatro primeiras partidas
Os números falam alto: duas vitórias – contra o Criciúma e o Fortaleza – e um empate com o Red Bull Bragantino. Contudo, a derrota por 2 a 1 para o Bahia em 17 de agosto de 2025, na mesma Neo Química Arena, expôs a fragilidade defensiva: a equipe sofreu dois ou mais gols em três dos quatro jogos.
Na partida contra o Bahia, com desfalques de titulares, Dorival ousou escalar dois jovens da base – Kayke, de 21 anos, e Gui Negão, de 18 – e ainda transferiu Raniele da posição de volante para zagueiro. O lateral Matheuzinho e a improvisação de Matheus Bidu como pontas geraram movimentação, mas não foi suficiente para evitar a derrota.
Críticas à defesa e gargalos ainda presentes
Especialistas do FuTimão apontam que, apesar da "solidez" anunciada pela equipe de análise Bandsports, o Corinthians ainda cede em transições rápidas. O ex‑jogador Careca, no programa “A Voz da Torcida”, lamentou: “Corinthians fez um jogo péssimo em Mirassol”. A principal queixa – e que se repete nos fóruns de torcedores – é o alto número de gols sofridos nas fases finais dos jogos, sobretudo nos momentos em que a equipe tenta compactar o meio‑campo e deixa a linha de defesa exposta.
Durante a coletiva pós‑jogo contra o Bahia, Dorival reconheceu: "No primeiro tempo de hoje, nós não conseguimos encurtar a marcação. Dificilmente tomamos uma bola na zona central, que seria uma zona de transição. Com isso comprometemos tudo o que vínhamos fazendo". Essa admissão deixa claro que a estratégia de "aproximação" ainda não está bem consolidada.
Perspectivas futuras: o que precisa mudar
Para voltar a ser protagonista na briga contra o rebaixamento, o técnico deve resolver os "buracos" defensivos. Uma solução apontada por analistas da Central do Timão seria a contratação ou promoção de um volante mais robusto, capaz de atuar como escudo antes da linha de quatro. Outra alternativa seria repensar a ocupação de Raniele como zagueiro; embora versátil, ele ainda não tem a experiência necessária para liderar a defesa em jogos decisivos.
Se o Corinthians conseguir alinhar a defesa com a criatividade do ataque – que já mostra potencial com a dupla Yuri‑Memphis e os jovens da base – poderá transformar a boa posse de bola em resultados concretos. O desafio, porém, é imediato: com apenas uma vitória nos últimos 11 jogos do Brasileirão, a pressão sobre Dorival cresce a cada rodada.
Resumo dos principais fatos
- 28/04/2025 – Dorival Júnior assume o Corinthians.
- Formação principal: 4‑4‑2, com Yuri Alberto e Memphis.
- Resultados iniciais: 2 vitórias, 1 empate, 1 derrota.
- Defesa: 2+ gols sofridos em 3 dos 4 jogos.
- Posição na tabela: sexto pior aproveitamento, risco de rebaixamento.
Perguntas Frequentes
Como a mudança de esquema afetou o ataque do Corinthians?
O 4‑4‑2 deu mais liberdade a Yuri Alberto e Memphis, que passaram a alternar lados e criar mais chances de finalização. O volume de finalizações aumentou 27% nas quatro partidas, mas a falta de proteção defensiva impediu que esses esforços fossem recompensados em pontos.
Quais são os principais pontos fracos defensivos apontados?
A equipe tem sofrido em transições rápidas, especialmente nas laterais; o recuo de Matheus deixa espaços que os atacantes adversários exploram. Além disso, a falta de um volante de contenção obliga a defesa a enfrentar ataques desorganizados.
O que o próximo calendário reserva ao Corinthians?
Nas próximas duas rodadas, o Timão enfrenta o Vasco e o Grêmio, ambos com ataque perigoso. Esses jogos são decisivos para sair da zona de risco; uma vitória pode elevar a moral e aliviar a pressão sobre Dorival.
Como os torcedores têm reagido às mudanças de Dorival?
Os fãs elogiam a maior posse de bola e a criatividade ofensiva, mas manifestam frustração com a vulnerabilidade defensiva. No fórum "Meu Timão", muitos comentam que o técnico ainda não assistiu um jogo completo antes de assumir, apontando a necessidade de ajustes rápidos.
Qual a importância da estabilidade no setor defensivo para o Corinthians?
Com 11 jogos sem vitória, cada ponto conta. Uma defesa mais consistente reduziria os gols sofridos e permitiria que o ataque, já bem estruturado, convertesse a posse de bola em resultados. Analistas da Central do Timão estimam que melhorar a defesa em apenas 30% poderia elevar a média de pontos por partida de 0,9 para aproximadamente 1,3.
Dorival ainda não acerta a zaga, nada resolve.
É evidente que há uma agenda oculta por trás das decisões táticas de Dorival; os interesses financeiros podem estar imperando sobre a integridade esportiva. A pressa em mudar o esquema demonstra que há pressões externas que não se revelam ao torcedor comum. A defesa vulnerável pode ser resultado de manipulação deliberada para gerar controvérsia e, assim, manter a atenção midiática ligada ao clube. É preciso analisar além das aparências e questionar quem realmente beneficia dessas mudanças.
Ao perscrutar a evolução tática do Corinthians sob a tutela de Dorival Júnior, observa-se que a implementação do 4‑4‑2, embora inicialmente promissora, não se coaduna plenamente com as carências estruturais do elenco defensivo. Primeiramente, a substituição de Díaz por um esquema que privilegia a largada dos alas compromete a compactação entre linhas, fator imprescindível para minimizar as transições adversárias. Em segundo plano, a reposição dos laterais em funções mais recuadas, como no caso de Matheus, cria lacunas nas extremidades que adversários mais velozes podem explorar com facilidade. Ademais, a tentativa de criar um “trio de saída” com os dois zagueiros não foi acompanhada de um meio‑campo que ofereça suporte defensivo sólido, sobretudo na zona central, onde o time tem demonstrado vulnerabilidade. A escassez de um volante de contenção robusto se revela como o ponto nevrálgico que impede o fechamento de espaços críticos. Por outro lado, a flexibilidade tática conferida ao ataque – a permuta de lados entre Yuri Alberto e Memphis – traz dinamismo ofensivo, porém sem a contrapartida defensiva necessária, gerando um desequilíbrio sistêmico. Vale ainda salientar que a inserção de jovens da base, como Kayke e Gui Negão, embora promissora para o futuro, carece de maturidade para lidar com a pressão de jogos decisivos. Em síntese, a estratégia de “aproximação” proposta por Dorival ainda não se consolidou, demandando ajustes finos que considerem a sinergia entre ataque e defesa, sob pena de continuar a sofrer gols em momentos cruciais. Assim, recomenda‑se a contratação ou promoção de um volante de proteção, bem como a reavaliação da posição de Raniele na zaga, para que a estrutura defensiva ganhe a solidez necessária à ambição de fugir da zona de rebaixamento.
Ah, o brilhantismo de Dorival, que ao mudar o esquema faz o time parecer um desfile de moda tática. Enquanto a defesa tropeça como se estivesse em pista escorregadia, o ataque tenta ser o centro das atenções, como se fosse o protagonista de um filme que ninguém quer assistir. Verdadeiro espetáculo de contrastes, não?
Gente, preciso dizer que o novo 4‑4‑2 tem uns toques bons, né? 🤔 Yuri e Memphis tão se ajudando bastante, e os jovens que entraram dão aquela energia extra. Mas a zaga ainda parece que tá sempre de olho no relógio, sem fechar nos contra‑ataques. Vamos ficar na torcida pra ajustar isso! 🙏
Olha, só pra reforçar: o Dorival fez bem em dar mais posse de bola, mas a defesa ainda deixa a desejar. Se eu fosse o técnico, colocaria um volante mais firme pra dar aquele escudo antes da linha de quatro. Só não esquece de treinar a saída de bola rápido, senão a bola pr´a trás toda hora.
Defesa vulnerável, ataque promissor.
Os números indicam que a transição rápida ainda é um ponto fraco. Se o time conseguir reduzir a distância entre o primeiro e o segundo volante, há chance de melhorar a contenção.
Vamos ficar positivos! Ainda tem bastante jogo pela frente e se a defesa melhorar, o Timão pode virar essa página e garantir uns pontinhos importantes.
À luz da existência singular do futebol como fenômeno coletivo, a discussão sobre a fragilidade defensiva transcende a mera análise tática, adentrando o domínio da filosofia da ação humana. Quando se contempla a interrelação entre o indivíduo e o coletivo, percebe‑se que a defesa não é apenas um conjunto de jogadores, mas sim uma manifestação de ordem e caos que reflete a condição do próprio ser.
Caros leitores, ao analisarmos a trajetória tática do Corinthians sob a direção de Dorival Júnior, é imprescindível observar as nuances culturais que permeiam o futebol brasileiro; tais nuances, marcadas por um estilo de jogo tradicionalmente ofensivo, muitas vezes entram em conflito com abordagens mais conservadoras-como a necessidade de reforçar a linha defensiva. Assim, a implementação de um 4‑4‑2 pode ser vista como um reflexo de uma tentativa de harmonizar essas duas vertentes-um verdadeiro diálogo entre tradição e modernidade.
É inconcebível que o clube persista em manter Raniele como zagueiro central, dado que sua experiência não se equipara ao nível de exigência que o Brasileirão impõe; a falta de liderança na defesa cria brechas que são exploradas com facilidade pelos adversários, resultando em gols evitáveis que custam preciosos pontos na luta contra o rebaixamento. Além disso, a padronização do 4‑4‑2 sem a devida cobertura de um volante de contenção demonstra uma falha estratégica grave, como se o departamento técnico ignorasse os princípios básicos de equilíbrio tático.
Entendo a preocupação com a vulnerabilidade da zaga, mas vale lembrar que a adaptação ao novo esquema leva tempo. Enquanto o tempo de entrosamento avança, podemos confiar nos jovens da base para trazer energia e, ao mesmo tempo, reforçar a organização coletiva nos treinos.
Agradeço a perspectiva equilibrada e gostaria de acrescentar que a comunicação entre os zagueiros durante os jogos é essencial. Se o técnico incentivar sessões específicas de alinhamento defensivo, isso pode acelerar o processo de adaptação e reduzir os erros de posicionamento.
Falar de comunicação é ótimo, mas o que realmente falta é disciplina de campo-e isso se aprende jogando, não só falando.