Ofensiva israelense contra o programa nuclear iraniano choca o Oriente Médio
O Oriente Médio acordou abalado em 13 de junho de 2025. No início da madrugada, Israel lançou a chamada Operação Leão Ascendente, uma ofensiva orquestrada que atingiu o cerne das ambições nucleares do Irã. Com ataques simultâneos a instalações nucleares, bases militares e centros da Guarda Revolucionária, o governo de Tel Aviv mostrou que estava disposto a cruzar todas as linhas vermelhas — e a mensagem não poderia ser mais clara para Teerã.
A ação não foi por acaso. Dias antes, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) havia reprovado o programa nuclear iraniano, elevando a tensão internacional. Israel, historicamente preocupado com a possibilidade de o Irã obter capacidade nuclear, decidiu agir: caças avançados sobrevoaram secretamente o espaço aéreo inimigo enquanto drones e mísseis guiados atingiam alvos cuidadosamente selecionados. Entre eles estavam a planta de conversão de urânio de Isfahan e setores expostos da instalação de Natanz, que registrou danos pesados. Apenas o complexo subterrâneo de Fordow ficou de fora, aparentemente protegido pela sua profundidade.
Segundo analistas, o ataque se iguala em ousadia aos bombardeios israelenses contra reatores nucleares no Iraque (Osirak, 1981) e Síria (2007). Desta vez, porém, o impacto humano foi muito maior. Relatórios independentes sem ligação ao regime iraniano falam em pelo menos 452 mortos no Irã, incluindo civis, militares e engenheiros, além de centenas de feridos. A destruição de partes relevantes das instalações nucleares pode atrasar projetos, mas também corre o risco de fazer Teerã acelerar seus esforços clandestinos — um dilema que preocupa toda a comunidade internacional.

Irã reage e civis tentam fugir da capital
O revide veio rápido. Assim que as notícias dos bombardeios se espalharam, Teerã lançou a Operação Promessa Verdadeira III, seu novo pacote de retaliação. Mais de cem mísseis balísticos e drones atravessaram o espaço aéreo em direção a Israel. A famosa Cúpula de Ferro foi posta à prova, tendo conseguido interceptar a maior parte das ameaças, mas ainda assim 24 civis israelenses morreram, vítimas de projéteis que conseguiram driblar as defesas. Do outro lado, o medo se instaurou nas ruas iranianas: com o país sob ataque e ameaças de uma resposta ainda maior caso os EUA interviessem, milhares correram para deixar Teerã após alertas do governo americano. Principalmente mulheres, crianças e idosos marcaram presença em rodoviárias e estradas, tentando fugir da zona de perigo — uma cena que lembra os piores dias de conflitos recentes no Oriente Médio.
O cenário de pânico fez ressurgir debates sobre estabilidade regional. O Irã, mesmo atingido e enfraquecido, demonstrou que ainda tem poder de fogo ao disparar mísseis de longo alcance, o que torna a possibilidade de uma escalada regional, envolvendo outros atores do Golfo Pérsico, algo real. Autoridades iranianas chegaram a ameaçar um "conflito total" caso Washington se envolvesse diretamente, lançando alertas véus e fazendo subir a temperatura diplomática. A estratégia de Israel passa por combinar ataques de alta precisão com drones e veículos aéreos não tripulados, buscando minar a infraestrutura militar iraniana ao máximo, sem um confronto direto cara a cara.
Este choque entre Israel e Irã ocorre num momento em que o pano de fundo já é turbulento: conflitos continuam em Gaza, há ameaças aos navios que cortam o Mar Vermelho e mercadorias do mundo todo podem ser afetadas. Cada ação militar agrega uma nova camada de incerteza. Para parte dos observadores, o futuro do programa nuclear iraniano agora está em aberto: ou Teerã recua, pressionado pelas baixas internas e pelo risco de mais ataques, ou dobra a aposta e acelera. Enquanto isso, a população — iraniana e israelense — segue contando vítimas e tentando entender até onde pode ir essa nova fase da crise.