A estreia do Vale Tudo – remake da clássica novela de 1988 – aconteceu em 31 de março de 2025 na Rede Globo, como parte da comemoração dos 60 anos da emissora.
A produção está a cargo da Manuela Dias, roteirista, que prometeu equilibrar nostalgia e inovação. O grande desafio? Reconquistar a audiência que despencou 12% após as novelas "Renascer" e "Mania de Você".
O evento central foi a estreia da novela Vale TudoEstúdio Curicica, Rio de Janeiro. Desde então, a produção tem sido monitorada como se fosse um teste de resistência para o horário nobre.
Contexto histórico da novela e expectativas da Globo
A versão original, exibida entre 1988 e 1989, marcou época ao retratar a dureza dos botequins cariocas. Em 2025, a emissora apostou em um remake para atrair tanto o público nostálgico quanto a geração digital, que hoje consome conteúdo principalmente via streaming.
Para o público jovem, a personagem Maria de Fátima, influenciadora digital foi redesenhada como uma aspirante a TikToker. A crítica da revista Veja elogiu a cena do vestido de noiva rasgado, que "evoca a pureza do clássico enquanto dialoga com a estética das redes".
Os principais erros que geraram revolta
Mas a festa logo virou tumulto. No episódio transmitido em 30 de setembro de 2025, a personagem Ana Clara (interpretada por Samantha Jones) foi baleada pela vilã Odete (Debora Bloch). Em vez de ligar para o número de emergência 190, Ana Clara fez um telefonema para Fátima, gerando um burburinho nas redes.
“É como se o roteiro fosse escrito por um estagiário de última hora”, reclamou um usuário no Twitter às 22h15. Outros apontaram que, após o tiroteio, a personagem ficou no chão sem receber socorro, e a cena cortou como se nada tivesse acontecido.
O dilema se aprofundou quando a Paolla Oliveira, que interpreta Heleninha Roitman, encontrou Ana Clara sem vida e, logo depois, foi mostrada conversando com seu irmão Leonardo (Guilherme Magon) sem nenhum indício de trauma. Internautas acusaram a produção de “esquecer a própria história”.
Outro ponto crítico foi a ausência de barriga de grávida na caracterização da personagem Alice Wegmann (Alice Wegmann). A atriz revelou que usava barriga postiça, mas a iluminação e os ângulos falharam, de modo que o público nem percebeu. A revista Veja escreveu: "Se o público não notou, há erro claro na produção".
Acertos e tentativas de modernização
Nem tudo foi desastre. A inserção de elementos digitais, como o perfil de Maria de Fátima no Instagram, trouxe 18% de aumento nas menções ao programa nas plataformas sociais nas primeiras duas semanas. Além disso, a trilha sonora, curada por DJ Caíque, conseguiu captar gerações diferentes, misturando samba tradicional com funk carioca.
O casal Cecília (interpretada por Maeve Jinkings) e Laís (Lorena Lima) recebeu atenção por abordar temas como feminismo e apoio psicológico. Embora a versão original tenha terminado tragicamente, a nova narrativa evitou a morte de Cecília, tentando abrir espaço para discussões contemporâneas.
Repercussão do público e futuro da produção
Os índices de audiência mostraram queda de 9 pontos entre a estreia e o episódio de 30 de setembro, segundo dados da Kantar IBOPE Media. Em contraste, o streaming oficial da Globo registrou 2,3 milhões de visualizações da mesma edição, indicando que o público está migrando para plataformas on‑demand.
Em entrevista ao G1, a diretora de produção, Paolla Oliveira, reconheceu os problemas e prometeu “remendos rápidos”. Ela acrescentou que a equipe está revisando o roteiro das tramas secundárias para evitar abandonos abruptos.
Especialistas em mídia, como o professor André Lopes da UFRJ, alertam que a novela pode servir como “símbolo da crise das teledramaturgias tradicionais”. O futuro imediato inclui um “rebalanceamento de recursos” entre TV aberta e o Globoplay, além de uma possível mudança de horário se as métricas não melhorarem nos próximos 30 dias.
O que esperar nos próximos capítulos
Para recuperar a confiança do público, a produção anunciou que a personagem Ana Clara voltará em flashback na próxima quinta‑feira, 12 de outubro, com um novo arco que envolverá a busca por justiça. Também será introduzida uma subtrama sobre a saúde mental de Heleninha, tema que ainda não havia sido explorado.
Enquanto isso, a disputa por atenção no horário nobre continua acirrada, com a concorrência de séries internacionais e reality shows de alta produção. O remake de Vale Tudo, ainda que imperfeito, está se tornando um laboratório de testes para a nova fase da teledramaturgia brasileira.
Perguntas Frequentes
Por que a cena da bala em Ana Clara gerou tanto protesto?
A personagem foi baleada e, ao invés de acionar o número de emergência 190, ligou para outra personagem. O público viu isso como descaso narrativo e falha de continuidade, gerando milhares de comentários críticos nas redes sociais.
Qual foi a reação da produção ao erro da barriga postiça?
A equipe admitiu que a iluminação e o ângulo da câmera impediram que a barriga fosse percebida. A diretora prometeu melhorar o design de figurino e a atenção aos detalhes em cenas futuras.
Como a novela está tentando se adaptar ao público digital?
Personagens como Maria de Fátima foram transformados em influenciadores nas redes, com perfis ativos no Instagram e TikTok. Isso já aumentou em 18% as menções nas plataformas sociais nas duas primeiras semanas.
Qual o impacto nas audiências da novela até agora?
Segundo a Kantar IBOPE Media, o quadro de audiência caiu 9 pontos desde a estreia. Contudo, o streaming oficial da Globo acumulou 2,3 milhões de visualizações do episódio de 30/09/2025, mostrando migração do público para o digital.
O que vem por aí para a trama principal?
Ana Clara retornará em flashback no episódio de 12/10/2025, buscando justiça. Também será ampliada a subtrama da saúde mental de Heleninha, para aprofundar o drama e atender às críticas sobre falta de continuidade.
Que desastre total!! A produção parece um chazinho de pobre, cheio de besteira e sem nenhum respeito ao legado da novela original!!! O tiroteio sem socorro foi um tapa na cara dos fãs, e ainda tem gente que defende isso… Sério, que falta de noção!!!
Ao analisar a lógica interna da trama, percebemos que a narrativa se comporta como um experimento sociopolítico encoberto por interesses corporativos. As falhas de continuidade não são meros acidentes, mas sim indicações de uma agenda de manipulação de audiência que visa desviar a atenção das verdadeiras crises do setor televisivo.
Olha, acho que a novela ainda tem potencial. Os caras acertaram ao colocar a Maria de Fátima como influenciadora, isso traz uma cara nova pro público jovem. Se eles arrumarem os erros de produção, pode até virar um sucesso.
É fascinante observar como o Vale Tudo remodela a dicotomia entre o passado romântico e o presente digital, ainda que, de forma lamentável, tropece em contradições que sfardam a própria essência da trama. A ausência de um socorro imediato após o tiroteio revela um hiato narrativo que, se não for reparado, pode reminiscir a decadência da telenovela clssica. Contudo, há nuances que merecem elogios, como a trilha sonora que mescla samba e funk, um verdadeiro síntese de gerações.
A produção de Vale Tudo apresenta uma série de falhas técnicas que podem ser corrigidas com medidas relativamente simples. Primeiro, a continuidade das cenas de violência precisa ser revisada por um supervisor de roteiro experiente, pois a falta de socorro à Ana Clara quebra o contrato implícito de verossimilhança com o espectador. Segundo, a iluminação que ocultou a barriga postiça da personagem grávida pode ser ajustada com iluminação de preenchimento e ângulos de câmera mais estratégicos, garantindo que o detalhe seja percebido. Terceiro, o uso de figurinos deve ser acompanhado por um coordenador de vestuário que assegure consistência visual entre as cenas, evitando discrepâncias que distraiam o público. Além disso, o departamento de som deveria revisar a mixagem das falas durante as sequências de ação, pois o ruído de fundo muitas vezes impede a compreensão dos diálogos essenciais. Também recomendo que a edição das cenas de tiroteio inclua cortes mais fluidos, de modo que a tensão seja mantida sem interrupções abruptas que confundam o telespectador. Outra medida eficaz seria a implementação de um roteiro de emergência para as situações críticas, onde personagens como Ana Clara busquem socorro imediato, reforçando a lógica da narrativa. É importante ainda que os roteiristas revisitem o arco da personagem Heleninha, aprofundando sua saúde mental e evitando clichês superficiais que diminuam a complexidade da trama. A inclusão de consultores de psicologia pode enriquecer esse desenvolvimento, trazendo autenticidade às discussões sobre trauma. No aspecto de direção de arte, sugiro a revisão dos sets para garantir que os ambientes reflitam fielmente a diversidade cultural do Rio de Janeiro, algo que o público local valoriza. Quanto à trilha sonora, manter a combinação de samba e funk é acertado, mas é crucial que a música não sobreponha as falas, preservando a clareza das interações. Por fim, a comunicação entre departamentos deve ser fortalecida, utilizando ferramentas de gestão de projetos que assegurem que todos estejam alinhados quanto aos prazos e às expectativas de qualidade. Implementando essas mudanças, a produção pode não apenas reparar os erros atuais, mas também estabelecer um padrão de excelência para futuras novelas.
Finalmente, a novela encontrou uma luz no fim do túnel.