Santos precisa vencer o Sport na Vila Belmiro para fugir do rebaixamento

O Santos entra em campo na Vila Belmiro sob pressão extrema. A torcida, que encheu os bancos desde o início da noite, sabe: não há espaço para erros. Contra o Sport Recife, na noite de sexta-feira, 28 de novembro de 2025, o Peixe precisa da vitória — e não pode depender de outros resultados. Com 38 pontos, o clube paulista ocupa a 15ª posição na Campeonato Brasileiro Série A 2025, e só se mantém na elite se conquistar sete pontos nos três jogos finais. O adversário? Um Sport Recife já rebaixado, mas com fome de dignidade e disposto a arruinar o sonho alvinegro.

Pressão na Vila: o peso de um clube histórico

O estádio, batizado como Estádio Urbano Caldeira, vibra com a tensão de quem sabe que o futuro está em jogo. O Santos, com nove vitórias, 11 empates e 15 derrotas, vive seu pior momento em décadas. O saldo de gols negativo (-14) não engana: a equipe sofre mais do que marca. E mesmo com Neymar em campo — em sua volta ao clube que o lançou —, o time ainda não encontrou consistência. O que antes era tradição, hoje é luta. A torcida canta, mas os olhos estão fixos na tabela. Um empate pode significar o fim. A vitória, só o começo de um resgate.

Na arquibancada, um cartaz diz: "Se não for hoje, quando será?". Não é exagero. O time não vence desde o dia 26 de outubro. Nesse período, perdeu para o Ceará, empatou com o Fortaleza e foi goleado pelo Vasco. A cada jogo, a pressão aumenta. E agora, diante de um adversário sem nada a perder, o risco é ainda maior.

O Sport: o rebaixado que pode decidir o futuro de outro

Enquanto o Santos se desespera, o Sport Recife entra em campo com a tranquilidade de quem já sabe seu destino. Com apenas 17 pontos — dois triunfos, 11 empates e 22 derrotas —, o Leão foi matematicamente rebaixado há três rodadas. Mas isso não significa desistência. Pelo contrário. O técnico José Carlos, em entrevista antes do jogo, disse: "Nós não jogamos para ganhar, jogamos para fazer o outro sofrer". E isso assusta.

O Sport, que já foi campeão brasileiro em 2008, agora joga como um time de vingança. Nos últimos três jogos, empatou duas vezes e só perdeu por 1 a 0. É um time difícil de superar — e, se o Santos vacilar, pode pagar caro. O atacante Tiquinho Soares, que já marcou três gols na temporada, é a principal ameaça. Mas não é só ele. O volante Christian Rivera, que cometeu a primeira falta do jogo, é o coração da defesa. E quando o contra-ataque chega, o Peixe sente.

Na field: Neymar, o símbolo e a esperança

O nome que mais chama atenção? Neymar. Não é só por fama. É porque ele é a última esperança de criar algo mágico. Na escalação, ele aparece como titular, com camisa 10, ao lado de Guilherme Augusto e Barreal. O time tem, ainda, o experiente Arão no meio-campo, e o jovem Ivaldo, de 21 anos, como lateral direito. O goleiro Brazão, de 35 anos, é o líder da defesa — e o mais calmo. O árbitro, Felipe Fernandes De Lima, conhecido por ser rigoroso com faltas, terá um desafio: controlar o clima.

Logo aos cinco minutos, Tiquinho Soares foi derrubado na lateral direita. A torcida gritou. Aos 25, Lucas Kal marcou o primeiro gol — um chute de fora da área, assistido por Neymar e Guilherme. O placar foi 2-0 aos 36’, com um segundo gol de Kal. O estádio explodiu. Mas o Sport não desistiu. Léo Pereira, no contra-ataque, perdeu uma chance clara. O jogo, até então, parecia decidido. Mas no futebol, nada é certo.

Transmissão e o pulso da torcida

O jogo foi transmitido ao vivo por ESPN Brasil, YouTube (canais DE OLHO NO PEIXE OFICIAL, Rádio Craque Neto e Varanda Futebol Debate), além de plataformas como Sofascore e Flashscore. Milhares de torcedores acompanharam pela internet, muitos em silêncio. Nas redes sociais, a hashtag #SantosNaoRebaixa já tinha mais de 200 mil menções antes do apito final. Um fã escreveu: "Se ele perder, não vou mais ver um jogo aqui. Nunca mais."

Na arquibancada, uma mulher de 68 anos, com a camisa de 1968, segurava um cartaz: "Neymar, por favor, não me deixe chorar de novo". Ela viu Pelé jogar. Viu o Santos campeão mundial. E agora, vê o clube quase desaparecer.

O que vem depois?

Se o Santos vencer, ainda terá que enfrentar o Fortaleza fora de casa e o Ceará em casa. Precisará de mais dois triunfos. Se empatar, dependerá de outros resultados — e o Vasco, o Ceará e o Internacional estão todos na mesma faixa de pontos. Se perder? A Série B será inevitável. E o clube, que já viveu os melhores momentos do futebol brasileiro, pode entrar em uma crise sem precedentes.

Enquanto isso, o Sport, mesmo rebaixado, sai da Vila Belmiro com a cabeça erguida. E talvez, com o orgulho de ter feito o Santos sofrer. Porque, às vezes, o pior adversário não é o que está na frente — mas o que está dentro de você.