A Coreia do Norte costuma aparecer nos noticiários como um lugar de tensão e mistério. Mas, por trás das manchetes, há uma realidade cheia de detalhes que vale a pena conhecer. Aqui vamos explicar de forma simples como funciona o país, quais são os principais desafios e alguns fatos curiosos que você talvez não tenha ouvido.
Em 1948, após a Segunda Guerra Mundial, a península coreana foi dividida entre Coreia do Sul (aliada dos EUA) e Coreia do Norte (sob influência soviética). Kim Il-sung, que liderou o país até 1994, instituiu um regime comunista baseado no "Juche", a ideologia da autossuficiência. O filho de Kim Il-sung, Kim Jong-il, assumiu e, depois, seu filho Kim Jong-un, que governa hoje.
Um dos momentos mais marcantes foi a Guerra da Coreia (1950‑1953), que terminou em armistício, mas sem tratado de paz. Por isso, tecnicamente ainda estamos em guerra, o que explica a presença de milhares de soldados nas fronteiras.
Kim Jong-un exerce poder absoluto: controla o partido, o exército e a mídia. As decisões políticas são tomadas por um pequeno círculo de elite, e divergências são punidas severamente. Isso significa que a população tem pouca liberdade de expressão e acesso limitado à internet.
Economicamente, o país enfrenta sanções internacionais por programas nucleares e de mísseis. Essas sanções apertam ainda mais uma economia já fraca, dependente de ajuda chinesa e de remessas de trabalhadores ao exterior. Apesar disso, o governo investe em projetos de grande escala, como cidades futurísticas e parques de diversão, para mostrar progresso interno.
Na agricultura, a Coreia do Norte sofre com ciclos de escassez. As safras costumam ser ruins, o que gera racionamento de alimentos. Em algumas regiões, o governo distribui cotas mínimas de arroz, mas a maioria das famílias complementa a dieta com cultivo próprio ou troca no mercado negro.
• Monumento à Família. Em Pyongyang, há um grande parque onde famílias são mostradas em fotos gigantes ao lado de líderes revolucionários. É uma forma de reforçar a lealdade ao regime.
• Internet limitada. Apenas alguns funcionários do governo têm acesso a uma rede interna chamada "Kwangmyong", que não se conecta à internet mundial. O resto da população usa televisão estatal como principal fonte de informação.
• Esportes como propaganda. A Coreia do Norte participa de eventos internacionais como a Copa do Mundo e Jogos Olímpicos para projetar uma imagem de força e união, mesmo que os atletas treinem em condições muito diferentes das de seus concorrentes.
• Viagens controladas. Turistas estrangeiros só podem visitar áreas pré‑aprovadas e são acompanhados por guias. Isso garante que vejam apenas o que o governo deseja mostrar.
Entender esses detalhes ajuda a separar a realidade das manchetes sensacionalistas. A Coreia do Norte não é só um ponto de tensão global, mas um país com população que lida diariamente com regras rígidas, escassez e uma ideologia que molda tudo ao redor.
Se você acompanha as notícias internacionais, vale a pena lembrar que cada anúncio de teste nuclear ou nova liderança tem um impacto direto na vida das pessoas que moram lá. Saber o que realmente acontece pode mudar a forma como interpretamos esses eventos.
Fique de olho nas atualizações, mas sempre busque fontes diversificadas para ter uma visão mais completa da Coreia do Norte.