Se você já se deparou com a palavra "pansexual" e ficou na dúvida, não está sozinho. A palavra aparece cada vez mais nas conversas, nas redes e até na mídia, mas ainda gera muitas perguntas. Vamos explicar de forma simples o que significa ser pansexual, desfazer os mitos mais comuns e mostrar como você pode ser um aliado realmente útil.
Pansexualidade é uma orientação sexual na qual a pessoa sente atração romântica ou sexual por outras pessoas independentemente do gênero. Ou seja, o que importa não é se a pessoa é homem, mulher, trans, não-binário ou qualquer outra identidade de gênero – o que conta é a conexão individual. Essa definição pode parecer óbvia, mas ainda há quem confunda com outras orientações, como a bissexualidade.
A diferença principal está na forma como cada termo aborda o gênero. A bissexualidade tradicionalmente indica atração por dois gêneros (geralmente homem e mulher). Apesar de muitas pessoas bissexuais também incluir outras identidades no seu espectro, o termo "pansexual" deixa claro que não há limite de gêneros. Por isso, quem se identifica como pansexual costuma dizer que seu critério de atração vai além do gênero.
Entender essa diferença ajuda a respeitar quem escolhe cada rótulo. Não é questão de hierarquia, mas de linguagem que reflete a experiência de cada um.
Um mito frequente é que pansexualidade seria "apenas curiosidade" ou "falta de identidade". Na prática, quem se declara pansexual sente atração genuína, assim como qualquer outra orientação. Outro equívoco é que pansexuais são “promíscuos”. Na verdade, a orientação não determina comportamento sexual; a decisão de ter relações ou não depende de cada pessoa, como acontece com qualquer outro indivíduo.
Desmistificar essas ideias começa com ouvir quem vive a experiência, sem julgamentos ou suposições.
Ser um aliado eficaz começa com linguagem respeitosa. Use os pronomes e nomes que a pessoa prefere e evite perguntas invasivas como "qual é o seu gênero?" ou "você já esteve com alguém do mesmo sexo?". Quando não souber algo, pergunte de forma neutra: "Como você gostaria que eu me referisse a você?".
Outro ponto importante é apoiar a visibilidade. Compartilhe conteúdo que represente pansexuais, celebre datas como o Dia da Visibilidade LGBTQIA+ e denuncie discursos transfóbicos ou homofóbicos sempre que possível.
Se quiser aprender mais, procure grupos online, podcasts e livros que abordem a pansexualidade de dentro da comunidade. Organizações como a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis, Transexuais e outras (ABGLT) costumam ter material educativo gratuito.
O caminho para a inclusão começa com pequenos gestos: escutar, respeitar e compartilhar informação correta. Quando todos fizerem a sua parte, o ambiente se torna mais acolhedor para quem se identifica como pansexual e para toda a comunidade LGBTQIA+.